sábado, 27 de julho de 2013

O que é a Agência Nacional de Saúde (ANS), que vai fiscalizar a Postal Saúde?

O que é a Agência Nacional de Saúde (ANS), que vai fiscalizar a Postal Saúde?
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            Na atual Diretoria Colegiada da ANS tem dois ex-executivos de planos de saúde: LEANDRO REIS serviu à maior operadora do país (AMIL) e ANDRÉ LONGO, à empresa líder no Nordeste (UNICORDS), acabam de ser nomeados diretores da ANS, respectivamente, Diretor de Gestão e Diretor Presidente.
  • ·         Desde sua criação, há 13 anos, a ANS foi capturada pelo mercado que ela deveria fiscalizar. As medidas sugeridas para coibir o conflito de interesses na ANS (frise-se, um órgão público sustentado com recursos públicos) sempre foram contestadas sob o argumento de que tais pessoas "entendem do setor";
  • ·         Assim, a ANS instalou em suas entranhas uma porta giratória, engrenagem que destina cargos a ex-funcionários de operadoras que depois retornam ao setor privado;
  • ·         A atuação frouxa da ANS, baseada no lucro máximo e na responsabilidade mínima das operadoras, tem a ver com essa contaminação. Impunes e protegidos pela fiscalização leniente, os planos de saúde ao fim restringem atendimentos e entregam emergências lotadas e filas de espera para consultas, exames e cirurgias;
  • ·         As empresas deixaram de vender planos individuais, pois têm o aval da ANS para comercializar planos coletivos a partir de duas pessoas, com imposição de reajustes abusivos e rescisão unilateral de contrato sempre que os usuários passam a ter problemas de saúde dispendiosos. Sob o olhar complacente da ANS, dão calote no SUS, pois não fazem o ressarcimento quando seus clientes são atendidos em hospitais públicos;
  • ·         Os planos de saúde doam recursos para candidatos em tempo de eleição que, depois de eleitos, devolvem a mão amiga com favores e cargos. Há coincidências que merecem explicação;
  • ·         Em 2010, as operadoras ajudaram na eleição de 38 deputados federais, três senadores, além de quatro governadores e da própria presidente da República. Da empresa que doou legalmente R$ 1 milhão para a campanha de Dilma Rousseff, saiu o nome que presidiu a ANS até 2012. O plano de saúde que doou R$ 100 mil à campanha de um aliado - o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral - emplacou um diretor da agência que, aliás, acaba de ser reconduzido ao cargo;
  • ·         Em 1997, o texto do que viria a ser a lei nº 9.656/98, que regula o setor, foi praticamente escrito por lobistas dos planos. Em 2003, na CPI dos Planos de Saúde, as empresas impediram investigações. Em 2011, um plano de saúde cedeu jatinho para o então presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), em viagem particular;
  • ·         Quase mil empresas de planos de saúde que atendem 48 milhões de brasileiros faturaram R$ 93 bilhões em 2012. Com tal poder econômico, barram propostas de ampliação de coberturas, fecham contratos com ministérios e estatais para venda de planos ao funcionalismo público e definem leis que lhes garantem isenções tributárias. E se beneficiam da "dupla porta" (o atendimento diferenciado de seus conveniados em hospitais do SUS) e da renúncia fiscal de pessoas físicas e jurídicas, que abatem do Imposto de Renda os gastos com planos privados;
  • ·         Agora as operadoras bateram às portas do governo federal, pedindo mais subsídios públicos em troca da ampliação da oferta de planos populares de baixo preço, mas de cobertura pífia;
  • ·         Neste momento em que os brasileiros estão indo às ruas protestar contra a precariedade dos serviços essenciais, num rasgo de improviso os problemas da saúde foram reduzidos à falta de médicos. O que falta é dotar o SUS de mais recursos, aplicar a ficha limpa na ocupação de cargos e eliminar a promiscuidade entre interesses públicos e privados na saúde, chaga renitente no país.



Composição da Diretoria Colegiada da ANS

 André Longo Araújo de Melo
Diretor-Presidente da ANS / Diretor de Normas e Habilitação dos Produtos 
Nomeado em 12 de janeiro de 2012 para o cargo de Diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Designado Diretor da Diretoria de Gestão – DIGES em 20 de janeiro de 2012, até assumir a Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos – DIPRO, em 20 de novembro de 2012. Nomeado Diretor-Presidente em 26 de fevereiro de 2013.

Formado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE), André Longo é pós-graduado em clínica médica e cardiologia pela residência no Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco. É especialista em cardiologia pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/SESU/MEC) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/AMB).

Em sua carreira destacam-se as seguintes experiências:
  • ·         Médico cardiologista da Secretaria Estadual de Saúde (PE), da UPE e do UNICORDS - Urgências Cardiológicas.
  • ·         Presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco(SIMEPE).
  • ·         Diretor da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e titular da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/SESU/MEC).
  • ·         Conselheiro-presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco(CREMEPE).
  • ·         Conselheiro federal suplente por Pernambuco no Conselho Federal de Medicina(CFM).


 Eduardo Marcelo de Lima Sales
Diretor de Fiscalização  
Nomeado em 27 de agosto de 2010 para o cargo de Diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Designado Diretor da Diretoria de Fiscalização – DIFIS em 31 de agosto de 2010. Designado para o encargo de Diretor Interino da Diretoria de Gestão – DIGES a partir de 20 de novembro de 2012, até a nomeação do novo Diretor.
Bacharel em Direito pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas com pós-graduação em Direito do Estado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Procurador Federal Eduardo Sales atuou como Procurador-Chefe na Agência Nacional de Saúde Suplementar, de maio de 2004 a julho de 2006. Em julho de 2006, assumiu o primeiro mandato à frente da Diretoria de Fiscalização.

Em sua carreira destacam-se as seguintes experiências:
  • ·         Advogado responsável pelas áreas cível e empresarial, ambiental e administrativa no Escritório João Luiz Duboc Pinaud Advogados Associados.
  • ·         Procurador-Geral do município na Procuradoria Geral de Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
  • ·         Procurador federal na Procuradoria Geral da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • ·         Procurador federal na Procuradoria Regional da União.



Bruno Sobral de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Setorial / Diretor de Normas e Habilitação das Operadoras (interino)
Nomeado em 1º de abril de 2011 para o cargo de Diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Designado Diretor da Diretoria de Desenvolvimento Setorial – DIDES em 05 de abril de 2011. Designado para o encargo de Diretor Interino da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras - DIOPE a partir de 20 de novembro de 2012, até a nomeação do novo Diretor.
Formado em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília, onde cursou também Mestrado em Economia, Bruno Sobral graduou-se como Master of Business Administration (MBA) na Georgetown University, nos Estados Unidos, em 2009. É Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, desde 1998. Ingressou na Agência Nacional de Saúde Suplementar em dezembro de 2009, tendo atuado como diretor-adjunto da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras até julho de 2010 e como Secretário-Geral até assumir a Diretoria de Desenvolvimento Setorial.

Em sua carreira destacam-se as seguintes experiências:
  •   ·        Assessor do Ministro da Fazenda.
  • ·         Coordenador-geral de Economia da Saúde da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda.
  • ·         Assessor de concorrência e assuntos internacionais da SEAE/Ministério da Fazenda.
  • ·         Analista econômico na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
  • ·         Professor de Micro e Macroeconomia da Faculdade Brasília.


Leandro Reis Tavares
Diretor de Gestão
Formado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense/RJ (1999), Leandro Reis Tavares fez especialização em Cardiologia e Mestrado em Ciências Médicas pela mesma instituição. Em 2011, obteve Doutorado em Cardiologia, na Universidade de São Paulo (USP). Em novembro de 2009 assumiu a Diretoria de Fiscalização, onde permaneceu até 23 de agosto de 2010, quando foi designado para a Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras até o final de seu mandato, em 19 de novembro de 2012. Em 20 de junho de 2013 foi reconduzido ao cargo de Diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar, tomando posse em 25 de junho de 2013. Em 28 de junho de 2013 foi designado como responsável pela Diretoria de Gestão.

Em sua carreira, exerceu o cargo de:
  • ·         Assessor especial da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS.
  • ·         Chefe médico da Unidade de Emergências da Amil Resgate Saúde em Niterói.
  • ·         Médico-rotina da Unidade Cárdio Intensiva do Hospital de Clínicas de Niterói.
  • ·         Diretor do Laboratório Sergio Franco (RJ).


Processo para Nomeação

·           O Ministro da Saúde encaminha o nome indicado à Casa Civil;
·           Casa Civil submete o candidato à avaliação do Presidente da República;
·           Caso esteja de acordo, o Presidente da República encaminha mensagem de indicação ao Senado Federal;
·           No Senado, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sabatina o candidato e vota, decidindo por sua aprovação ou não;
·           Se aprovar, a CAS encaminha o nome do candidato para votação no plenário do Senado;
·           Se aprovado, o Senado encaminha o nome ao Presidente da República;
·           O Presidente da República publica a nomeação;
·           O candidato toma posse e assume uma das diretorias da ANS.