sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Machismo faz mais uma vítima: trabalhadora dos Correios é assassinada no RS.

TRABALHADORAS E TRABALHADORES DOS CORREIOS, UNI-VOS!
TODA SOLIDARIEDADE AOS FAMILIARES E AMIGOS ECETISTAS!

Machismo faz mais uma vítima: trabalhadora dos Correios é assassinada no RS
Silvana Rackow Osório, 35 anos, foi morta por ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento

http://www.pstu.org.br/node/20020

A trabalhadora dos Correios Silvana Rackow Osório, 35 anos, foi assassinada a tiros em sua casa na cidade de Viamão (RS), na última teça-feira, 17, pelo ex-marido, Edson Goulart Lima, 22 anos. Após assassinar Silvana, Edson se matou. A principal suspeita do motivo do assassinato é que ele não aceitava o fim do relacionamento. Silvana já tinha registrado queixa contra o ex-marido.
 
Silvana estava em greve com seus colegas, lutando por condições dignas de trabalho e melhor salário, numa empresa em que as mulheres são, além de oprimidas, exploradas e assediadas moral e sexualmente, inclusive pelas chefias. Isso garante impunidade, pois os chefes têm as “costas quentes”, com inúmeras vantagens e benefícios que os trabalhadores, em geral, não têm, principalmente as mulheres. Além disso, em Correios, existe um ataque às mulheres referente à possibilidade de retirada do auxílio-creche. As mulheres vêm se organizando para barrar este ataque.
 
Violência machista aumentou
Os assassinatos às mulheres têm aumentando absurdamente, e não vemos políticas do governo e da presidente Dilma Rousseff (PT) para acabar com esta brutal realidade. No dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completou seis anos. Trata-se, sem dúvida, de uma importante vitória do movimento feminista brasileiro, que durante muito tempo lutou para que o Estado brasileiro reconhecesse o machismo e os seus crimes, assim como o dever do poder público de proteger e amparar as mulheres vítimas de violência. Porém uma lei que não ganha investimentos acaba por virar letra morta e peça de publicidade.
 
Todas as pesquisas apontam um dado alarmante: seguem crescendo os homicídios e as agressões em geral contra as mulheres. Inversamente, vemos o orçamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) encolher. Em 2011, dos míseros R$ 114,4 milhões destinados à pasta, apenas R$ 47,4 milhões foram desembolsados. Já para este ano, a dotação da SPM diminuiu para R$ 107,2 milhões, dos quais, certamente, apenas uma fração será utilizada. A parte economizada deverá compor o superávit primário, engordando ainda mais os cofres dos bancos na forma de pagamento de juros e amortização da dívida pública.
 
É inadmissível que, com uma presidente mulher, tenhamos de nos deparar com esta realidade alarmante, em que as mulheres estão inseridas. Dilma, em seu discurso eleitoral, utilizou o fato de ser mulher e a necessidade de lutar contra o machismo e a violência à mulher. Porém, após se eleger, a violência continua avançando. O número de mulheres estupradas e assassinadas continua crescendo. 
 
Oprimir para explorar
Tudo isso faz parte de um debate político fundamental: Dilma escolheu governar para a burguesia, investir nos empresários e não em políticas públicas. O sistema capitalista anda lado a lado com o machismo, pois as empresas se utilizam dele para oprimir, explorar e lucrar ainda mais com as mulheres, que ganham até 50% menos que um homem na mesma função.
 
Em Correios, as mulheres sofrem uma pressão intensa por parte das chefias para carregarem acima do peso mínimo de carga (oito quilos), para que façam horas-extras, trabalhem aos sábados, cumpram metas. Enfrentam, ainda, pressões e retaliações quando seus filhos adoecem e precisam de acompanhamento médico. Agora, mais um ataque está por vir, o auxílio-creche.
 
Todas e todos contra os patrões
Esta não é uma luta somente das mulheres. É necessário que os homens da classe trabalhadora se somem a essa luta contra o machismo que mata todos os dias. É preciso construir uma nova sociedade, uma sociedade socialista, onde homens e mulheres possam se libertar das amarras do capitalismo, e o lucro não esteja à frente de milhares vidas.
 
Continuaremos nesta luta, levantando nossas bandeiras feministas classistas, ao lado dos homens da classe trabalhadora. Estaremos lutando por Silvana e por todas as mulheres trabalhadoras, pelo fim do machismo. Só assim vamos garantir vitórias e acabar com o machismo.
 
Silvana, presente!

sábado, 7 de setembro de 2013

Trabalhadores dos Correios preparam greve para o dia 11.

Trabalhadores dos Correios preparam greve para o dia 11.

Os trabalhadores de Correios preparam uma forte mobilização para esse mês. É a resposta da categoria aos ataques que vem sofrendo no último período. O governo Dilma junto com a direção da ECT vem impondo uma super-exploração aos trabalhadores de Correios. No último período a empresa vem batendo lucros recordes, enquanto o salário da categoria e a PLR são uma migalha, perto do lucro da empresa. O salário inicial do trabalhador de Correios é de R$ 1050,00.

Os trabalhadores da ECT "nunca antes na história desse país foram tão explorados". A falta de funcionários, que muitas vezes são obrigados a fazer serviço de dois ou três (conhecido na categoria por "dobra") virou regra. Com a super-exploração, os trabalhadores da categoria vêm adoecendo em massa, adquirindo lesões físicas e psicológicas. Muitos têm lesões irreversíveis e se obrigam a reabilitação profissional. 

A falta de funcionários, além de sobrecarregar os trabalhadores, acaba impactando diretamente na queda da qualidade de serviço prestado a população, em especial nas periferias. O resultado disso é que muitas vezes a população de uma determinada região se volta contra os trabalhadores de Correios, os responsabilizado pelo atraso das correspondências. Por isso, uma das reivindicações dos trabalhadores é concurso público já, para suprir todas as vagas em aberto.

O governo Dilma vem sucateando os Correios, com objetivo de jogar a população contra os trabalhadores, e assim preparando o terreno para privatização da ECT. O governo do PT vem fazendo coisas que nem o de FHC conseguiu fazer. Recentemente lançou um projeto chamado Plano Estratégico Correios 2020 que prepara a privatização da ECT, passo a passo, transformando a empresa numa Sociedade por Ações (S/A) e avançando na terceirização dos serviços mais elementares e também na atividade fim.

Por isso, a categoria de Correios inicia fortes mobilizações em todo país para construir uma grande campanha salarial. Assim como a juventude saiu às ruas e disse "não é apenas por 20 centavos", os trabalhadores da ECT se preparam para sua Campanha Salarial com mesmo o sentimento: "Não é apenas por salário", mas sim uma resposta à direção da ECT e ao governo Dilma, depois de seus duros ataques.

É preciso barrar a Postal Saúde.

Em nossa opinião, o maior ataque que a categoria pode sofrer nesse período é a privatização do benefício de Assistência Médica, Hospitalar e Odontológica. Paradoxalmente, a ECT é uma das empresas onde mais adoecem os trabalhadores e agora quer atacar esse direito da categoria. Recentemente a empresa fundou uma Operadora de Planos de Saúde, mais conhecida como Postal Saúde. Hoje, os trabalhadores da ECT têm o plano CorreiosSaúde, que é o que atende os trabalhadores e seus dependentes, sem cobrança de mensalidades. O trabalhador paga de forma compartilhada, um percentual sobre o custo do procedimento, somente quando o usa. Nos novos planos estarão previstas cobranças de mensalidades, não inclusão de parte dos dependentes e as parcerias publico-privadas (PPP). É a privatização pelas beiradas, assim como vem ocorrendo em outras áreas da empresa.

Por isso, é necessário barrar a Postal Saúde que representa um duro ataque a um direito histórico. A luta contra esses novos planos, na essência significa a luta contra a privatização da ECT, que vem sendo feita aos pedaços pelos gestores vindos do PT.

É inadmissível que o governo Dilma venha entregar parte do patrimônio dos trabalhadores ecetistas aos tubarões dos planos de saúde, que enriquecem à custa de serviços de péssima qualidade.

Por que entraremos de greve no dia 11.

Existe um importante debate na categoria acerca de que dia será declarada a greve nacional por tempo indeterminado. Hoje existem duas federações que travam uma luta burocrática por aparato e deixam os trabalhadores em segundo plano. Uma é a Fentect (CUT) e a outra é a Findect (CTB), ambas são governistas, não mobilizam a categoria e se encontram numa guerra para ver que tem mais legitimidade. O resultado disso é que iniciamos a campanha salarial com pautas, comando de negociações e calendário de lutas diferentes.

Os militantes do PSTU nos Correios atuam na Frente Nacional de Trabalhadores dos Correios (FNTC) e na CSP-Conlutas, junto com os militantes de outras organizações e sempre defendendo o calendário, pautas e comando único. Pois, apesar das diferenças, é preciso unificar a categoria para barrar os ataques que os trabalhadores vêm sofrendo. Porém, estamos às vésperas do início da deflagração de greve com duas datas diferentes de paralisação: dia 11 e 17 de setembro. Nesse sentido é necessário tomar uma decisão e hoje não é possível tomar a decisão pelo critério de qual federação é mais de luta.

Ambas as federações não constroem a luta dos trabalhadores. As duas são governistas e pelegas. A Fentect "sob nova direção" continua sendo um "cadáver mal cheiroso", a qual nesse ano não organizou nenhuma luta concreta pela PLR ou contra a Postal Saúde. E a Findect que era para ser "algo novo" é tão ou mais burocrática quanto a Fentect.

Por isso, defendemos dois critérios básicos para entrar em greve no dia 11. O primeiro critério tem a ver com a entrada em greve junto com os sindicatos que concentram o maior volume de fluxo postal (SP e RJ). E o segundo critério é que a categoria não aguenta mais trabalhar sob essas condições de trabalho. E é necessário dar uma resposta imediata aos ataques que a categoria vem sofrendo e principalmente a essa proposta econômica ridícula (5,27%) que a direção da empresa e o governo apresentaram.

Originalmente defendíamos a proposta de entrar em greve já em agosto, para colarmos a campanha salarial junto com as greves nacionais e a jornada de lutas e grandes mobilizações de Junho e Julho. Por isso, entraremos em greve dia 11 e fazemos um chamado aos demais trabalhadores de todo país para que exija das direções sindicais a antecipação da greve de forma unificada em nível nacional.

Sob o critério da unidade de ação, é preciso construir a unidade nacional para conseguir um reajuste decente, que avancemos nos benefícios e em melhores condições de trabalho. Também defendemos que todos os sindicatos devem fazer uma luta verdadeira para barrarmos a Postal Saúde e que avancemos para reverter o processo de privatização que a ECT vem sofrendo.

Com a unidade nacional é possível avançar e vencer! E em nossa opinião as palavras do compositor Geraldo Vandré nunca foram tão atuais: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".


Coordenação Nacional do PSTU nos Correios