sábado, 7 de setembro de 2013

Trabalhadores dos Correios preparam greve para o dia 11.

Trabalhadores dos Correios preparam greve para o dia 11.

Os trabalhadores de Correios preparam uma forte mobilização para esse mês. É a resposta da categoria aos ataques que vem sofrendo no último período. O governo Dilma junto com a direção da ECT vem impondo uma super-exploração aos trabalhadores de Correios. No último período a empresa vem batendo lucros recordes, enquanto o salário da categoria e a PLR são uma migalha, perto do lucro da empresa. O salário inicial do trabalhador de Correios é de R$ 1050,00.

Os trabalhadores da ECT "nunca antes na história desse país foram tão explorados". A falta de funcionários, que muitas vezes são obrigados a fazer serviço de dois ou três (conhecido na categoria por "dobra") virou regra. Com a super-exploração, os trabalhadores da categoria vêm adoecendo em massa, adquirindo lesões físicas e psicológicas. Muitos têm lesões irreversíveis e se obrigam a reabilitação profissional. 

A falta de funcionários, além de sobrecarregar os trabalhadores, acaba impactando diretamente na queda da qualidade de serviço prestado a população, em especial nas periferias. O resultado disso é que muitas vezes a população de uma determinada região se volta contra os trabalhadores de Correios, os responsabilizado pelo atraso das correspondências. Por isso, uma das reivindicações dos trabalhadores é concurso público já, para suprir todas as vagas em aberto.

O governo Dilma vem sucateando os Correios, com objetivo de jogar a população contra os trabalhadores, e assim preparando o terreno para privatização da ECT. O governo do PT vem fazendo coisas que nem o de FHC conseguiu fazer. Recentemente lançou um projeto chamado Plano Estratégico Correios 2020 que prepara a privatização da ECT, passo a passo, transformando a empresa numa Sociedade por Ações (S/A) e avançando na terceirização dos serviços mais elementares e também na atividade fim.

Por isso, a categoria de Correios inicia fortes mobilizações em todo país para construir uma grande campanha salarial. Assim como a juventude saiu às ruas e disse "não é apenas por 20 centavos", os trabalhadores da ECT se preparam para sua Campanha Salarial com mesmo o sentimento: "Não é apenas por salário", mas sim uma resposta à direção da ECT e ao governo Dilma, depois de seus duros ataques.

É preciso barrar a Postal Saúde.

Em nossa opinião, o maior ataque que a categoria pode sofrer nesse período é a privatização do benefício de Assistência Médica, Hospitalar e Odontológica. Paradoxalmente, a ECT é uma das empresas onde mais adoecem os trabalhadores e agora quer atacar esse direito da categoria. Recentemente a empresa fundou uma Operadora de Planos de Saúde, mais conhecida como Postal Saúde. Hoje, os trabalhadores da ECT têm o plano CorreiosSaúde, que é o que atende os trabalhadores e seus dependentes, sem cobrança de mensalidades. O trabalhador paga de forma compartilhada, um percentual sobre o custo do procedimento, somente quando o usa. Nos novos planos estarão previstas cobranças de mensalidades, não inclusão de parte dos dependentes e as parcerias publico-privadas (PPP). É a privatização pelas beiradas, assim como vem ocorrendo em outras áreas da empresa.

Por isso, é necessário barrar a Postal Saúde que representa um duro ataque a um direito histórico. A luta contra esses novos planos, na essência significa a luta contra a privatização da ECT, que vem sendo feita aos pedaços pelos gestores vindos do PT.

É inadmissível que o governo Dilma venha entregar parte do patrimônio dos trabalhadores ecetistas aos tubarões dos planos de saúde, que enriquecem à custa de serviços de péssima qualidade.

Por que entraremos de greve no dia 11.

Existe um importante debate na categoria acerca de que dia será declarada a greve nacional por tempo indeterminado. Hoje existem duas federações que travam uma luta burocrática por aparato e deixam os trabalhadores em segundo plano. Uma é a Fentect (CUT) e a outra é a Findect (CTB), ambas são governistas, não mobilizam a categoria e se encontram numa guerra para ver que tem mais legitimidade. O resultado disso é que iniciamos a campanha salarial com pautas, comando de negociações e calendário de lutas diferentes.

Os militantes do PSTU nos Correios atuam na Frente Nacional de Trabalhadores dos Correios (FNTC) e na CSP-Conlutas, junto com os militantes de outras organizações e sempre defendendo o calendário, pautas e comando único. Pois, apesar das diferenças, é preciso unificar a categoria para barrar os ataques que os trabalhadores vêm sofrendo. Porém, estamos às vésperas do início da deflagração de greve com duas datas diferentes de paralisação: dia 11 e 17 de setembro. Nesse sentido é necessário tomar uma decisão e hoje não é possível tomar a decisão pelo critério de qual federação é mais de luta.

Ambas as federações não constroem a luta dos trabalhadores. As duas são governistas e pelegas. A Fentect "sob nova direção" continua sendo um "cadáver mal cheiroso", a qual nesse ano não organizou nenhuma luta concreta pela PLR ou contra a Postal Saúde. E a Findect que era para ser "algo novo" é tão ou mais burocrática quanto a Fentect.

Por isso, defendemos dois critérios básicos para entrar em greve no dia 11. O primeiro critério tem a ver com a entrada em greve junto com os sindicatos que concentram o maior volume de fluxo postal (SP e RJ). E o segundo critério é que a categoria não aguenta mais trabalhar sob essas condições de trabalho. E é necessário dar uma resposta imediata aos ataques que a categoria vem sofrendo e principalmente a essa proposta econômica ridícula (5,27%) que a direção da empresa e o governo apresentaram.

Originalmente defendíamos a proposta de entrar em greve já em agosto, para colarmos a campanha salarial junto com as greves nacionais e a jornada de lutas e grandes mobilizações de Junho e Julho. Por isso, entraremos em greve dia 11 e fazemos um chamado aos demais trabalhadores de todo país para que exija das direções sindicais a antecipação da greve de forma unificada em nível nacional.

Sob o critério da unidade de ação, é preciso construir a unidade nacional para conseguir um reajuste decente, que avancemos nos benefícios e em melhores condições de trabalho. Também defendemos que todos os sindicatos devem fazer uma luta verdadeira para barrarmos a Postal Saúde e que avancemos para reverter o processo de privatização que a ECT vem sofrendo.

Com a unidade nacional é possível avançar e vencer! E em nossa opinião as palavras do compositor Geraldo Vandré nunca foram tão atuais: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".


Coordenação Nacional do PSTU nos Correios